23.3.09

Em busca do Equilíbrio Socioambiental



Após a primeira edição do projeto Desperta Socioambiental, em Inácio Martins, localizado no Centro-sul do Paraná, fomos para a região oeste do estado, em Guaraniaçu, a 60 Km de Cascavel.
Embora as duas realidades sejam diferentes, percebemos o pinheiro-araucáia como remanescente de mata nativa nas duas regiões. Não podemos considerar grandes remanescentes de floresta nativa, mas pelo diagnóstico participativo pudemos observar o símbolo do Paraná mesmo em vegetações diferentes. Inácio Martins, pertencente ao Corredor Araucária, implantado pelo Projeto Paraná Biodiversidade, possui uma cultura forte na produção de carvão e na extração da madeira. Já em Guaraniaçu, pertencente ao Corredor Iguaçu-Paraná, percebemos a devastação da floresta por ser uma das regiões que mais produz soja e gado no estado.
Embora cada localidade possua suas peculiaridades e problemas socioambientais, identificamos um esforço da população local em mudar a cultura tanto do corte da madeira para produzir carvão buscando novas alternativas de renda como da agricultura convencional para a agricultura ecológica.


Diferente do que encontramos em Inácio Martins, onde o índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um dos mais baixos do Paraná, ficamos entusiasmados em conhecer o trabalho que o município de Guaraniaçu vem desenvolvendo em relação à Agricultura Familiar. O município tem investindo cada vem mais nos pequenos e médios agricultores que buscam diversificar as produções de suas propriedades buscando uma qualidade de vida tanto social quanto ambiental.
A maioria dos moradores que entrevistamos para o documentário educativo, produzido em parceria com a Casa Familiar Rural de Guaraniaçu, afirmam estar fazendo o manejo sustentável de suas propriedades, buscando proteger a beira dos rios e proteção de fontes e nascentes.






Encontramos um caminho livre e cheio de novas possibilidades na Agricultura Familiar e vimos que é possível fazer o desenvolvimento sustentável sem prejudicar a qualidade de vida e o desenvolvimento local.
Mudar a cultura, mexer na estrutura de mercado agrícola e da madeira e tornar nosso modelo econômico atual em um modelo sustentável é o grande desafio das comunidades, órgãos públicos, terceiro setor e empresas privadas. É de suma importância que cada instituição e ator social faça sua parte em dialogar, se organizar e compartilhar os interesses coletivos para que a política ambiental do estado se fortaleça e se torne acessível para toda sociedade paranaense. Gestão compartilhada é o caminho para o equilíbrio socioambiental.




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